Tão
pequeninos ainda! Brincam inocentes no jardim, correndo atrás da bola. Qual
será o seu futuro?
Como
gostava de os ter sempre assim, pequeninos, para os poder proteger do mundo e
dos seus males. Mas sei que vão crescer e que estão até já expostos a tanta
coisa que não posso controlar – os coleguinhas do infantário, o mau humor da
educadora e do pai (e o meu, que não sou melhor do que ninguém), aos pedaços de
notícias que ouvem inadvertidamente e que muitas vezes nem percebem. O quanto
desejava que não sofressem, que não dessem conta do mal que há no Mundo.
Mas
ao mesmo tempo, quero que tenham uma vida cheia e que passem por experiências
que lhes acrescentem valor, conhecimento e felicidade. Experiências essas que
muitas vezes não me chegarão sequer aos ouvidos, porque haverá uma altura em
que deixarei de ser a confidente, o porto de abrigo, aquela que cura os dodóis
com beijinhos e uma pomadinha.
Espero
que confiem sempre em mim, nunca os desiludir, conseguir encaminhá-los bem sem
os julgar, sem os criticar desnecessariamente. Mas também deixá-los dar os seus
próprios passos em falso, as suas quedas e cabeçadas e ensinar-lhes os meios e
a capacidade de ultrapassar esses erros, o melhor que sei e posso, porque
também eu continuo a tropeçar e cair, e a dar cabeçadas, e a perder-me no
caminho.
E,
mais do que tudo, espero poder vê-los crescer, estar presente, ser presente,
sem ser intrusiva, dar-lhes valores e competências para que sejam seres humanos
felizes, úteis à sociedade. O quanto receio faltar-lhes cedo demais. Ou falhar
na minha missão, esta em que embarquei quando nasceram, que encaro com tanta
responsabilidade e dedicação. Porque ser Mãe é o trabalho mais difícil que
existe e é impossível ser perfeita!
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