02/05/2016

Adeus!

Adeus, meu amor (sim, porque apesar de tudo continuas a ser o meu amor).

Sinto, porém, que está na hora de ir e de parar com a batalha inglória que é tentar que me ames de volta.
Sim, eu sei que até o dizes, uma e outra vez, mas são meras palavras, sinto bem que no fundo não sou mais do que um hábito, um conforto, uma mãezinha até.
Não, chega disso. Já tentei conquistar o teu amor (o real, não esse que debitas como um papagaio sem o sentir) por todas as formas, mas ou és incapaz de o sentir, ou não sou a pessoa certa para ti.
Estou cansada de vir sempre em último para ti, depois do trabalho, dos amigos, do futebol. Nunca, nunca me puseste, por um instante que fosse, à frente dos teus próprios interesses.
Enquanto eu (parva, eu sei), sempre te pus à frente de tudo, inclusive de mim própria. Talvez tenha sido esse o meu erro, talvez me tenha anulado na ânsia de te agradar e conquistar, mas nunca fui bem-sucedida.
Por isso, venho dizer-te: Basta! Não vou mais lutar para te conquistar, não vou mais viver em função dos teus desejos.
Se achares que não podes viver sem mim, pensa melhor e repara bem se não podes suprir essa falta com uma empregada doméstica, os teus amigos e o malfadado futebol.
Dei-te demasiado tempo da minha vida, achando que acabaria por conseguir o teu amor verdadeiro, finalmente percebo que não e que é altura de me afastar, para sempre.
Não me procures, deixa-me sofrer e ultrapassar isto em paz. Dá-me espaço para redescobrir quem sou.

A (por enquanto) tua

                        Mariana

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